Total de visualizações de página

sábado, 27 de março de 2010

A mobilização pelo banal.


[O objetivo desse texto não é analisar um(ns) fato(s) especificamente, mas ter uma visão mais ampla acerca da repercussão dos mesmos e como nós reagimos a isso, em comparação com outros fatos.]

Eu havia prometido a mim mesmo que ficaria alheio a tudo isso. Mas a insensatez, a falta de lógica e de princípios de boa parte do povo brasileiro me deixa um tanto quanto confuso.
Pra começar, as já corriqueiras brigas de torcedores de times de futebol sempre me pareceram extremamente toscas. Ok, é ótimo torcer, vibrar, tirar sarro do time rival, gritar que nem um louco quando o desgraçado do atacante perde um gol e etc. Mas bater em alguém por estar usando a camisa de um time diferente do seu é no mínimo fundamentalismo (semelhante ou até pior do que o religioso). Pior, unir grupos(ou bondes, caso queira chamar assim), com músicas ameaçadoras e marcar brigas pós-jogo é coisa (como diria meu pai) de quem tem merda na cabeça. Aí eu pergunto: Por que (e pra que) tudo isso?

Mais recentemente, na história do nosso lindo e belo país, depois que aparecera um 'reality show' chamado ''Big Brother Brasil'', outro fato me gerou uma dúvida que me instiga até hoje: Por que (e pra que) isso gera tanta polêmica e discussão, a ponto de pessoas se tornarem chatas (e algumas chatas para C-A-R-A-L-H-O) quando passam a falar só disso? É como se toda discussão levasse a esse ponto e ficasse nele durante uma eternidade. Tem até uma galerinha ''brainless'' que acompanha a porra toda nos programas de fofoca. Ok, (antes que me chamem de radicalista e sem graça)beleza, é um programa de entretenimento que até tem lá a sua graça, mas ai eu volto a pergunta do parágrafo anterior: Por que (e pra que) tudo isso?

Enfim, não é por causa disso que eu estou escrevendo esse texto. Na última madrugada, tive o desprazer de acompanhar o desfecho e a repercussão do julgamento do casal Nardoni. 4 Canais de televisão(canais abertos) transmitindo o caso passo a passo. Uma porrada de gente nos arredores do local do julgamento, faixas, bandeiras, camisas, uma imensa mobilização da sociedade, em prol da condenação do casal. Até mesmo a galera do Twitter só falava disso. Mas antes que alguém pense que eu sou algum tipo de ser insano e/ou defensor de homicidas, já faço questão de desmentir isso tudo. O meu ponto não é esse. Mas aí eu faço a mesma pergunta pela terceira e ultima vez: Por que (e pra que) tudo isso? Esse não foi o primeiro e não será o último caso de homicídio de crianças no mundo, independentemente das particularidades que ele possa ter. E independentemente da sensação que isso possa gerar em cada um, isso não muda pra valer a vida de ninguém, senão dos condenados.

Mas por que não se vê tanto debate e tamanha mobilização para assuntos que realmente possam fazer a diferença na vida de todos? Acho que se algum marciano caísse em terras brasileiras numa ocasião dessas, pensaria que os transportes públicos são baratos e de excelente qualidade, que os funcionários públicos são muito bem pagos, que a violência urbana já foi extinta há séculos, o meio ambiente está em perfeita harmonia com o ser humano, que a corrupção já era(lembrar que no caso Arruda não houve nem metade dessa mobilização), que o sistema de saúde é próspero e que todos têm acesso à educação.

Não seria melhor que nós também nos mobilizássemos por isso? Ou pedir prisão perpétua pra assassinos em um caso isolado é o bastante?Fica pra reflexão de cada um.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Rock & Rolla no seu traseiro.


Sempre fui um grande fã de roquénrrou. Depois de ter passado a minha fase inicial da infância curtindo Raça Negra(Ainda bem que isso já passou), o que mais me agradou foi o som barulhento das baterias e das guitarras distorcidas. Som esse que na maioria dos casos me pareceu ter um certo tom de revolta. Revolta essa não muito bem compreendida por boa parte das pessoas que são ''leigas'' no assunto.
Bem, diríamos que não é muito difícil entender toda essa rebeldia. Pra começar, shows internacionais de Rock (ao menos no Brasil) sempre foram verdadeiras facadas(que nos últimos anos tem se tornado quase uma serra elétrica, mas beleza). Só nesse pequeno empecilho boa parte da galera já fica segregada. O jeito é apelar pra meia entrada.
Também pode-se citar os pequenos eventos de rock ''underground'' que rolam por ai. Boa parte deles vazios, com poucas mulheres, lugares quentes, com uma acústica terrível, a ponto de você conseguir ouvir somente alguns berros aleatórios e a bateria te deixando surdo. Sem contar nas incríveis opções de bebidas que você pode consumir: Cerveja(quente) e meia dúzia de refrigerantes Convenção(também quentes).
Outra observação: O bom e velho roquénrrou não se ouve mais no rádio quanto antigamente. Não me refiro às revelações de bandas água-com-açúcar-trilha-sonora-de-malhação, como NxZero, Fresno, Cine e adjacências(se você estiver achando que eu tenho algum tipo de preconceito com as bandas citadas acima, fique sabendo, caro leitor, que o(a) senhor(a) está coberto(a) de razão). Cadê o Clash, Who, Ramones, Guns, Nirvana, Foo Fighters??

Enquanto isso, se pudermos usar como comparativo, os nossos amigos-fechamento-frequentadores-das-melhores-boates-que-tocam-psy se esbaldam com lugares cheios de mulheres ricas e bem cuidadas, com ar condicionado central, open bar repleto de opções, iluminaçãozinha de viado e etc.
Sem contar nos nossos parças funkeiros e axezeiros, que contam com 89478714890437341734189731247398072348973412 eventos por dia, grande maioria de fácil acesso e baratos.

Mas mesmo com todas as dificuldades e até mesmo alguns preconceitos que rolam com quem gosta de Rock, eu ainda prefiro mil vezes as facadas dos shows grandes e os lugares inabitáveis nos quais a gente se mete! Porque como diria uma música do Velhas Virgens: "A GENTE TOCA POR PRAZER E É BOM!''

segunda-feira, 1 de março de 2010

Façamos justiça.

Nesse dia tão especial, aniversário da minha querida favela chamada Rio de Janeiro, lembrarei de um personagem essencial na construção não só da nossa cidade, mas do país inteiro, e que porém raramente(ou nunca) é lembrado em livros de História ou em reportagens jornalísticas. Me refiro a ele, o moço da xerox! Sim, eu ainda não enlouqueci caros leitores. Mas pensem bem. O que seria de nós sem essa agradável figura? Fiquei pensando nisso nessas ultimas semanas quando tive que tirar um zilhão de cópias para a faculdade. Se não fosse por essa figura, milhares de pessoas ficariam sem cursar o ensino superior, ou qualquer tipo de ensino! Ou seja, não teríamos educação, seriamos um bando burros sem escolaridade alguma. Por favor, uma salva de palmas para esses incansáveis trabalhadores sem reconhecimento algum. O descaso é tanto, que quando fui procurar fotos de pessoas trabalhando com máquinas de fotocópias, o máximo que eu consegui achar foram essas duas fotos de seres desprovidos de algo bom para fazer tirando xerox da própria bunda. Lamentável. Prova de que as próprias nadegas geram mais respeito do que um trabalho árduo.

Beijos no intestino delgado de todos os moços e moças da Xerox de todo o mundo. E espero que vocês não sejam mais menosprezados. E ah, me desculpem por um texto tão ruim sobre vocês, mas eu só queria fazer justiça.