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domingo, 9 de maio de 2010

Máquina do tempo

Nunca fui daqueles que olham pro passado e o veem como uma época de plena felicidade, onde os seres humanos viviam em harmonia com tudo ao redor e talz. Sempre rejeitei um pouco esse saudosismo romântico de grande parte dos poetas. Me lembro bem das coisas ruins que aconteceram há tempos atrás, e não sei por que acabo de alguma forma me atendo a elas. Isso pode ser bom ou ruim, dependendo do ponto de vista. Mas fato é que nos últimos dias eu ''mudei de ideia'' e comecei a me lembrar bastante das coisas boas da minha infância.

Depois de diversas conversas sobre Toy Story, Power Rangers e Caverna do Dragão(ok, teve também sobre os Ursinhos Carinhosos, mas deixa pra lá) com a minha querida Ana Carolina(a grande culpada por eu estar escrevendo esse texto, um beijo, Carol), concluí o que eu já pensava sobre eu ser uma eterna criança. Lá estávamos nós, no meio do SAARA(o centro de comércio, não o deserto, é claro), procurando loucamente pelos bonecos dos Rangers que morfavam (quem é da minha idade sabe do que eu to falando), que eu tinha quando criança e fiquei muito puto(a ponto de querer xingar muito no twitter)quando os perdi. Quando achamos, e vi a coleção quase completa, senti como se tivesse voltando a uns 13 anos atrás e me lembrei de como era bom brincar com aqueles brinquedos velhos, fazer com que todos os bonecos caíssem na porrada uns com os outros, com que rolasse a maior pederastia entre os casais, e dar o final que eu quisesse a qualquer brincadeira hipotética. Como era legal brincar na água, fingir que eles morriam todos afogados graças a uma onda gigantesca gerada por algum vilão, e que depois uma força sobrenatural ressuscitaria todo mundo e o vilão morreria de um jeito mais escroto do que como eu geralmente morro nos meus sonhos estranhos. Ah que saudades...



E quem nunca pensou que os seus bonecos tinham vida própria? Atire a primeira pedra quem nunca foi dar aquela conferidinha pra ver se tudo estava nas mesmas posições que antes. Principalmente depois que o clássico da Pixar foi lançado, eu e outras crianças mongolóides ficamos com essa certa nóia, que até era divertida, gerava várias teses acerca da vida de seres supostamente inanimados.

E como falar de infância sem lembrar do Chaves e do Chapolin? Quem nunca teve vontade de ter uma barraquinha de refrescos, ou plantar uma árvore do dinheiro, ter uma bola quadrada(ou até mesmo aquela gigante que o kiko tinha), recitar ''A volta do cão arrependido'' 65 vezes, cantar ''Que bonita sua roupa'' em coro, ter uma marreta biônica, tomar pílulas de nanicolina, lutar com uma múmia, ter a varinha do ''Chirrin-Chirrion do diabo'', nomear o próprio cachorro de Satanás ou Madruguinha, ter um tabuleiro de xadrez para principiantes, comer um sanduíche de ovo, escrever na máquina de escrever com uma tecla só, desenhar uma Xinforínfola, tomar uma poção pra ficar invisível etc.

É nessas horas que eu queria ter uma máquina do tempo...

domingo, 2 de maio de 2010

Eu não apóio.

Desde o ano passado, rola uma parada no meu querido chiqueiro chamado Brasil, que nós, meros mortais, chamamos de Lei Seca. Uma lei que no início causou bastante polêmica acerca do uso dos ''saudáveis'' bafômetros e que a galera que curte uma caninha de leve ficou meio bolada. Mas se você, caro leitor, ao começar ler esse esse texto associou o título do mesmo ao meu posicionamento diante de um contexto onde tal lei é vigente, lhe digo que não tem nada a ver. Eu na verdade nem sei qual é o meu posicionamento diante disso. Acho que no momento sou contra porque outro dia fiquei parado num engarrafamento causado por uma blitz dessas. E também pelo fato de ser uma lei que resulta da falta de educação do povo, o que de fato é triste (Mas que não deixa de ser importante e necessária). Minha abordagem não será sobre a lei em si, e sim sobre a galera que se sentiu incomodada por ela e começou a ironiza-la.

Dos últimos meses pra cá, o governo lançou uma propaganda ferrenha da Operação Lei Seca, Em trens, ônibus, táxis, Metrô, falando pra população largar seus carrinhos alegres, festivos e bêbados pra andarem nesses meios de transporte(como se eles fossem ótimos, mas ai é outro papo). E como eu disse, a galerinha que ficou meio puta com isso começou a parodiar esses anúncios. Foram cartazes, adesivos e camisas de vários tipos, com dizeres do tipo: "Operação Lei seca: eu odeio'', ou ''Operação fora Cabral: eu apóio'', enfim, uma série de piadistas contratados pela equipe do Zorra Total que tiveram o papel de esculhambar, de forma engraçada e inovadora. O problema(que ocorre bastante no programa televisivo anteriormente citado) é quando a piada começa a ficar repetitiva e banalizada, e a galera não saca a hora de parar. Depois dos exemplos de paródias citadas apareceram coisas do tipo ''Operação Asfalto Liso: eu apóio'', ou ''Operação Pentada Violenta: Eu apóio''(essa foi o ápice). Se não derem um basta na falta de noção dos comediantes daqui pouco pinta uma ''Operação meu pau no seu cu: Eu apóio''. Isso me lembra crianças, que quando falam algo ençraçado e alguém ri continua tentando fazer as pessoas rirem falando a mesma coisa. Meu pai gosta muito de fazer isso também, mas ele é um ser humano a ser estudado a parte.

O exemplo de piadistas forçados não se limita aos odiadores da lei seca, é óbvio. Esses foram apenas os que me fizeram atentar para tal realidade. Outro exemplo mais recente, foi quando os caras do Hermes & Renato(que infelizmente se venderam pro dinheiro sacrossanto da rede Record, diga-se de passagem) fizeram o genial Tela Class(creio que todos saibam o que é o Tela Class, se você não sabe é porque ainda não viveu), uma serie de egraçaralhos de plantão já se prontificaram à seguir os passos dos humoristas de verdade, fazendo a mesma coisa com filmes igualmente toscos. Alguns até ficaram bons, como ''Miguel, o comedor de cu''. Mas tem gente que acha que o simples fato de se adicionar palavrões a uma dublagem vai fazer um monte de gente rir. É o caso do ''Tráfico na vila''(Não sei nem se esse vídeo é anterior ou posterior ao Tela Class, mas o que importa é que é uma merda), onde meia dúzia de desocupados modificaram a dublagem de um dos maiores clássicos da televisão chamado Chaves e simplesmente assassinaram o humor sutil e inocente do seriado!
Ainda tem muito mais a se abordar a respeito dos aspirantes a piadistas, mas que por efeito de tempo, preguiça e sono, não mencionarei.

Espero que vocês, assim como eu, tentem deixar claro pra esses malditos que a arte da piada é pra poucos. Por isso, eu não os apóio(entendeu agora o título do texto né?)

Só por questão de créditos, Gostaria de agradecer a Gabriela Iba, Letícia Mose e Rodrigo Monteiro por me fazerem lembrar que a lei seca é uma Lei federal, e não estadual, como eu pensava.

Beijos na retina de todos.