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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O Maior Brasileiro de Todos os Tempos

A finalíssima acontecerá no dia 3 de outubro. Ainda estão no páreo Chico Xavier, a princesa Isabel e Santos Dumont.
Por essa lista passaram alguns nomes de extrema importância para a história de nosso país, seja na política, nas artes, esportes, etc: Getúlio Vargas, Pelé, Irmã Dulce, Renato Russo e Machado de Assis foram alguns deles.

A lista também contabilizou uma série de nomes bizarros, como: Dedé do Vasco, Luciano Huck, Rodrigo Faro, Xuxa, Luan Santana, Michel Teló, Gugu Liberato, Hebe Camargo, Reinaldo Gianecchini, Datena, Ronaldinho Gaúcho, Cláudia Milk, Silas Malafaia, Eike Batista, Neymar, Edir Macedo, Roberto Justus, Ronald Golias, Anderson Silva, Fernando Henrique Cardoso e vamos parar por aqui pra não ficar mais feio.

Me entristece mais, na verdade, a forma como essas personalidades são apresentadas ao público. Um misto de heroísmo com ufanismo, como se nosso país não fizesse sentido sem a bondade e/ou genialidade das pessoas em questão. Uma princesa Isabel boazinha, que por pena dos negrinhos escravizados, fez a bondade de conceder-lhes a liberdade. Um FHC que deveria ganhar uma estátua dourada por ter controlado a inflação. Um JK que só pensava na integração entre as regiões do Brasil, um visionário, pessoa a frente do seu tempo.

Não quero questionar a importância de alguns desses nomes, mas colocá-los como salvadores da pátria é no mínimo exagero. Se existe um maior brasileiro de todos os tempos, ele certamente não foi capa da Veja ou da Caras, não foi manchete de jornal, não foi matéria do Fantástico, nem foi entrevistado pela Hebe. Provavelmente foi um cara que acordou bem cedo mais da metade dos dias de sua vida, comeu o pão que o diabo amassou no trabalho, fez o que pode pra se sustentar (e sustentar sua família) e ainda assim teve que lidar com a humilhação diária imposta por uma sociedade desigual. Sem nenhum reconhecimento.

Me irrita a forma como são colocadas tais figuras por parte de nossos meios de comunicação de massa. Sobra sensacionalismo e falta um pouco (pra pegar leve) de senso crítico. Lamentável.

Pra piorar, tudo isso apresentado por um cara que disse que eu já fui mais inteligente só porque falei que a Luiza tava no Canadá.