Até então tudo bem. A galera curtindo os hits, uma outra parte nao curtindo, outros dando risada, alguns ficando bêbados ao som deles e zaz. Os sucessos entravam, ficavam nas nossas cabeças por bem ou por mal durante um looooongo tempo e depois saíam. Repercussões de nível nacional, matérias com os artistas, seus nomes em tudo que é tipo de mídia. Até ai nego tava levando de boa.
Eis que surge um alieníngena de cabelos loiros e uma voz um tanto familiar que estoura como hit do próximo carnaval: É ELE, O INCRÍVEL MICHEL TELÓ, COM SEU SUPER-HIT "AI SE EU TE PEGO". Na maioria das mentes, este seria o hit do Brasil no momento. E foi. Mas não só do Brasil. A música ganhou o mundo. Ganhou até os super jogadores de futebol, como o português Cristiano Ronaldo, jogador mais famoso do Real Madrid. Não só ganhou o mundo, como ganhou versões em Inglês, Chinês, Alemão, Holandês, Espanhol, Búlgaro, Finlandês, Italiano, Portunhol, Russo e Simlish. A dancinha já virou regra em toda festa em que a música toca. Esse foi o diferencial.
E até então, o máximo de reclamações de hits desse tipo foram "Eu aqui ralando e o cara ganhando dinheiro mole". Mas sem muitas contestações ou revoltas. Só que ai cruzou as fronteiras do país, e como diria o meme, AGORA A PORRA FICOU SÉRIA! O que choveu de "Caralho, que lixo, que bosta", "Como isso pode ir parar no exterior?" "O que será que vão pensar da cultura brasileira?" "Nossa pobreza está sendo exportada" e o mais famoso "Já fomos mais inteligentes!".
A galera que tá se sentindo incomodada com o fato de um brasileiro estar fazendo sucesso no exterior com uma música que julga "sem conteúdo" precisa pensar em algumas coisas. Pensemos que você vá a uma boate, e dai você ouve aquela música que toca muito na Mix FM, na qual o cantor sempre repete: "Give me everything tonight, give everything tonight...". Ou na Shakira, que ensandecida, não para de dizer: "I'm crazy but you like it, loka loka loka". Ou mesmo na Lei de Gaga, que diz para você não parar de dançar, porque vai ficar tudo bem (repetidamente). Ou pense mesmo naquela bela canção que abriga o post anterior desse blog. Não dizem absolutamente porra nenhuma, assim como "Nossa, nossa, assim você me mata. Ice eu te pego". Então, qual é a diferença? Se você vai à boate e se acaba com uma música do tipo "Like a G6" , qual o problema de alguém fazer o mesmo com a música do Michel Teló? Se não gosta, ok, fale mal, mas criticamente. Mas vir com papinho de "ah, isso mostra o que o Brasil é, bando de analfabeto que se acaba com qualquer merda e blablabla" é muito Carlos Nascimento, amigo. Volta pra tua cerveja ai.