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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Síndrome do Underground

Já há um bom tempo que eu ouço falar em uma tal de "orkutização".

Tom pejorativo, ar de elite, distanciamento de uma realidade da qual alguns negam tanto que parecem até que nunca tivessem se "orkutizado" na vida.

Posam com um ar de "too cool for the crowd", mas repetem as mesmíssimas coisas que o povão faz, mas com uma pitada de erudição que é mais maquiagem do que qualquer outra coisa (assim como estou tentando fazer agora).

Refletem todos os preconceitos de uma sociedade excludente, só esquecem de lembrar que muitas das vezes eles são os excluídos também.

Mas, por alguma diarreia mental, se colocam em algum lugar do qual não fazem parte e acham que o nível de "orkutismo" se baseia na capacidade de uma pessoa escrever e falar "corretamente", talvez com algumas tacadas de estrangeirismo pra mostrar que ser bilíngue é um "must".

Tem ciúmes de coisas que eles gostam. Só eles podem gostar daquilo, como se gosto fosse alguma espécie de regime de propriedade, onde só uma elite esclarecida pode ter acesso ao "bom gosto".

Choraram quando ouviram a Adele no rádio, pois ela havia "orkutizado".

Tudo que era até então "propriedade" deles, de repente os fez sentir como se tivessem se misturando com a gentalha, e essa estragaria tudo o que houvesse de melhor nessa vida (que obviamente, deve se restringir aos poucos e bons)

Em contrapartida, não esperam nem um segundo pra falar do "mal gosto da ralé", e como gostariam de um mundo onde apenas os cidadãos de "bom gosto" existissem.

Nessas horas eu é que não tenho vontade de me misturar com essa gentalha... vamos, tesouro!

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