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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Just another stupid song about a Friday night

I'm gonna write a song about a Friday night
'Cause all my friends just wanna have a good time
And I got a feeling that you don't mind
If we just have a fucking awesome party time

All I want is to be at a fancy night club
To get wasted I will go to a kinky pub
And I'll hang out with chicks with gorgeous hair
'Cause all I want is to be a big big millionaire

I don't know what to say about anything cool
'Cause deep inside I'm very very fool
But all my cars have a nice nice groove

I know all I live is a big lie
But I don't care, it's my life
If you don't like it, just tell me good good good-bye


O que eu quis dizer com isso? Nada. Exatamente o que dizem grande parte das músicas de night clubs. Galerinha que se diz cheia de tudo e aberta pras coisas, mas que no fundo no fundo, tá vazia pra dedéu.

Apenas pegue uma batida qualquer, e delicie-se com essa letra non-sense. Have Fun!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Futebol e a mesma ladainha de sempre.

Eu gosto de futebol. Gosto de ver jogos do meu time, gosto de ir ao estádio torcer, de xingar a mãe do juiz e o caralho quatro. Também curto ver programas esportivos de debates e tudo mais. Acho que o futebol tem um grande valor cultural para o Brasil e outros países e creio que isso poderia ser analisado mais profundamente por nossos intelectuais. Apesar de achá-lo um tanto superestimado, é verdade (acho que outros esportes são muito mais emocionantes e divertidos de se ver e de se jogar), acho um esporte bem interessante.

O que eu não acho interessante, e pra falar a verdade, já deu no saco é a quase uniformidade dos debates sobre futebol no cotidiano que tenho percebido ultimamente. Não falo sobre o papel de jornalistas, porque estes conseguem ter um belo leque de abordagens temáticas. Me refiro a nós mesmos (talvez até me incluindo um pouco), gente comum da vida. E o que tem me despertado mais atenção são os debates entre torcedores de times rivais.

Que a rivalidade entre clubes existe, e isso é mais do que normal, assim como as gozações entre os torcedores dos mesmos, todo mundo sabe. E ai é que entra o que eu acho chato (que na verdade já achei legal, mas acho que já tá pior que a Praça é Nossa): AS PORRAS DAS GOZAÇÕES NÃO MUDAM! Além disso, essas gozações fazem parte de uma considerável (talvez a maior) parte do que falamos sobre futebol. Aqui no Rio de Janeiro, pelo menos eu já decorei o que falam: Flamenguista é mulambo, favelado, analfabeto etc (quando não apelam pra uma pitadinha de racismo e criminalização da pobreza). Vascaíno é vice vice vice vice e vice. Botafoguense é chorão e sem título. Tricolor é viado, série C, travesti e o caralho a quatro (com um tanto de homofobia ai também). E o mais do mesmo consegue tanto espaço que nego resolve perder tempo com gráficos e dados da época do Estado Novo, que afirmam quem é o maior vencedor, quem tem mais vice-campeonatos, quem é o mais glorioso, quem levou mais jogadores pra seleção brasileira, quem é o mais foda do mundo, quem é o mais insignificante, charges e mais charges postadas e comentadas a cada minuto nas redes sociais, quem foi o primeiro clube a fazer isso, quem foi o ultimo a fazer não sei o que, quem ja foi rebaixado, quem não foi e blablablablabla.

Tá beleza, é legal dar uma zoada naquele teu colega chato pra caralho, mas ficar falando as mesmas coisas toda vez que tem jogo é chato pra caralho. Parece que toda vez que eu entro na internet em dia de jogo eu já sei o que vão estar falando, e quem vai estar falando também. Vamo variar galera, tanta coisa pra falar!

domingo, 23 de outubro de 2011

Assento para obesos

Parece que gradativamente temos assistido a um ganho progressivo de direitos por parte de setores da população que se não estavam à margem da sociedade economicamente, ao menos socialmente estavam (Ou ainda estão). Talvez o maior exemplo seja o dos homossexuais, que agora têm o direito à união estável e que tem buscado a cada dia quebrar o preconceito que os cerca. Mas não é só isso. Os deficientes físicos também buscam uma maior acessibilidade, negros lutam para por fim ao racismo (que apesar de muita gente afirmar o contrário, existe e muito no Brasil), os pobres lutam por ascensão social, e por ai vai...

Apesar disso, uma parcela ressentida da população, de forma um tanto quanto delinquente, parece se sentir ameaçada com esse ganho progressivo de direitos, alegando que estes são na verdade privilégios e que levam a nossa sociedade a desigualdade. Tal pensamento é tão forte, que é refletido (ou talvez até seja formado) na grande mídia nacional.

Quanto o assunto é reforma agrária: "É um absurdo você expropriar um grande produtor para dar a terra a um morto de fome que não sabe fazer porra nenhuma. Esses vagabundos tem que ir trabalhar e não ficar fazendo baderna na fazenda de quem quer trabalhar. Foda-se a reforma agrária."

Quando o assunto é Bolsa Família: "Esse governo é irresponsável, porque essa doação de dinheiro vai incentivar as pessoas a ficarem em casa e não irem trabalhar. Vão criar uma massa de vagabundos."

Quando o assunto é orgulho gay: "Viva o orgulho hétero, se eles podem, nós podemos também. Afinal de contas, viva a igualdade."

Quando o assunto é orgulho negro: "Temos que cuidar do futuro das nossas crianças brancas"

E agora nos ônibus existem os assentos preferenciais para obesos. Não foi motivo de discussão, mas o que será que os 'conservas' e a mídia corporativista burguesa (já que o termo ficou famoso) falariam sobre o tema? Ai vai o discurso pré moldado de outras situações: "Esse governo é um irresponsável, quer incentivar a má alimentação das crianças brasileiras. Criar um assento desses é incentiva-los a má alimentação, porque agora tem acesso a esse privilégio. Querem transformar esse país num grande mar de banha. Isso é uma vergonha!"

E ai, já pararam pra pensar em que jornal vocês leem e à que noticiários vocês assistem? Todo cuidado é pouco.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Uma homenagem justa.


Este final de semana eu vou ao Rock in Rio. Como consequência disso, minha cabeça não pensa em outra coisa que não seja música. E música pra mim, sempre (ou desde que o meu lado crítico/interpretativo começou a se desenvolver) esteve ligada a grandes músicos que influenciaram (e influenciam) artistas que inspiram, emocionam e cativam. Um grande exemplo disso foi o R.E.M., banda que anunciou o seu fim durante esta semana e que com certeza deixará muitas saudades.

Não foi ficar naquele papinho "Ai-meu-deus-a-banda-acabou-vou-morrer", mas que vai fazer falta vai. Vai porque a banda tinha uma inteligência pra escrever que era fora

do comum. Tinha melodias não tão profundas mas que provavelmente alguma delas te tocou (nem que tenha sido de raspão) em algum momento da sua vida. Suas habilidades pra clipes sempre foram notáveis, e seu último disco, lançado em 2011, apesar de não chegar perto dos melhores que já lançaram, não era de se descartar. Confesso que preferi o penúltimo, chamado Accelerate, que tinha uma arte no albúm que era lindíssima, que parecia dar cores ao preto e branco.


Mas o que importa é eu gostaria de prestar esse tributo a uma das bandas de maior importância e notabilidade dos últimos anos, aposto que gosta de um bom rock vai sentir falta. E ah, meus queridos, eu peço desculpa por ter trocado o show de vocês em 2008 pelo do Offspring. Eu juro que eu queria ir, mas eu moro longe pra caralho da HSBC Arena, e nesse dia nao tinha carona pra voltar. Malz ae.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

As maiores frustrações sociais da minha vida

1 - Fulaninho/a tem uma nova atualização do horóscopo diário.
2- Fulaninha (14 anos) está casada com fulaninho (15).
3- Fulaninho te convidou para jogar cityville.
4 - Cole isto no seu mural
5 - Gosto muito de artes/história/filosofia/composição de interiores/biologia/ etc mas vou fazer direito/medicina/engenharia por causa dos meus pais.
6 - Votei no Serra na última eleição
7 - Eu achei a Marina a candidata mais preparada.
8 - Acho que tu deveria malhar pra ganhar mais corpo
9 - Vou fazer meu aniversário numa boate.
10 - Mudei de time porque amo meu namorado.
11 - Vou ver meu jornal (liga na globo às 8 da noite)
12 - Como assim você não vai levar sua namorada?
13 - Posso levar meu namorado?
14 - Não me estressa hoje porque eu to de TPM
15 - Partiu Exalta?
16- Concerteza você vai ficar melhor
17 De vez enquando eu dou uma passada lá
18 - Viu aquela matéria na Veja?
19 - Ah, tu gosta de História? Conta uma história ai pra gente então.
20 - Não voto no PT porque sou contra o Comunismo. (OI?)
21 - Não sei se vou poder, tenho que ver com o meu namorado.
22 - Corta esse cabelo, menino!
23 - Mas tu quer ser professor pra sempre?
24 - Flamengo é time de mulambada. Tudo viado, bandido, puta, mendigo, analfabeto. (A torcida do meu time só tem pai de família)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Wasting Light


Não é e nunca foi meu forte escrever sobre música. Mas ao ouvir esse disco eu não consegui me conter. Confesso que fiquei surpreso com ele. Muitas bandas que gosto, com o passar do tempo acabam mudando seu estilo musical, por razões óbvias: A música, enquanto vertente da arte, reflete, entre outras coisas, a forma de pensar do artista. E como qualquer ser humano, o artista também muda a sua forma de pensar conforme a acumulação de conhecimento, amadurecimento, a fase de sua vida ou seja lá o que for. Isso acaba gerando mudanças na forma de se expressar, consequentemente. Muitas pessoas criticam essas mudanças, alegando que elas representam fraqueza de personalidade ou algo do tipo. Ora, isso é uma grande bobagem. Tal argumento seria tão absurdo quanto achar que seus pais deveriam agir hoje assim como agiam quando tinham 18 anos. É completamente ilógico.

No entanto, infelizmente o capitalismo encontrou na música uma infinita fonte de reprodução do capital, e apropriou-se dela, tornando a lógica de produção musical extremamente mercadológica e competitiva, o que, em minha humilde opinião, não traz outra coisa à essa arte a não ser a pobreza. Pobreza no sentido de padronizar o que vai ao público, o que acaba gerando uma limitação, e uma concorrência entre os artistas que entram nesse mercado para ver quem vai ser o mais ouvido dentro desse mais do mesmo. E ai, a tal mudança que eu tinha falado pode se dar dentro dessa lógica, o que é perfeitamente passível de críticas, ainda que possa haver uma linha tênue entre as mudanças "mercadológica" e "natural".

O problema é quando a lógica do mercado passa a ser naturalizada. A arte passa a ser feita não como expressão do sentimento/pensamento do artista, e sim com o intuito único de se ganhar dinheiro, como se a arte tivesse sido inventada apenas com o advento da revolução industrial. Algo absurdo. Limitação de mentalidade, o que se reflete na arte propagada pelo mainstream, o que é reforçado por salvadores da nação, como o super gênio da internet, o senhor excelentíssimo Felipe Neto, que tem sua cueca cheirada mentalmente por 70% da jovem classe média brasileira (para o bonitão revoltado de óculos escuros, artista vendido é sinônimo de artista bom).

Enfim, dei essa volta toda pra falar do novo disco do Foo Fighters. Banda que existe desde 1995, famosa pra caralho, já ganhou Grammy e o caralho a quatro, já lançou sete álbuns de estúdio, um Greatest Hits e um álbum ao vivo. Desde o primeiro álbum, a banda fez um som reconhecido pela autenticidade, um Rock que até hoje não se encaixa perfeitamente em nenhuma Tag do Last.fm. O Foo Fighters ficou famoso graças a músicas completamente distintas umas das outras, como Best Of you, Everlong, DOA, All My Life e Learn to Fly e teve álbuns com grande número de vendas. Mesmo assim, não foi vedete da mídia, não esteve presente nas festas, não é alvo de fofoquinha nos tablóides, etc. Exemplo de arte que não se enquadra no status quo. E ainda assim os caras enchem a bufa de dinheiro fazendo música. Não me entendam mal. Não recrimino o fato de um artista ficar rico com sua arte. Acho louvável até. Só não acho que a arte deve ser feita com base no dinheiro, porque artista vendido é artista pobre (intelectualmente), sem nada a dizer, é aquele que abaixa a cabeça pra tudo o que manda a gravadora, ou seja, que se submete a ditadura do dinheiro, simplesmente por não ter o que falar. Essa banda tem o que dizer, ficou claro por esse álbum que estou recomendando a vocês. Pra quem acha que é "natural que se venda", essa é uma bela resposta de uma banda que está na ativa há 16 anos.

O álbum foi gravado na garagem de Dave Ghrol e somente com o uso de equipamentos analógicos. As melhores faixas são White Limo (GOOOOOOOOOOOOO LIMOOOOOOOOOOOOOOO), Bridge Burning, These Days e Dear Rosemary. Pra quem conhece a banda de longa data, aposto que ficarão agradavelmente surpresos. O Foo Fighters mudou mas continua foda em sua essência. Pra quem não conhece e tá afim de ouvir um bom rock, também é uma escolha boa.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Vamos marchar?

Foi capa na revista Carta Capital há um tempo atrás a série de protestos que rolaram em várias capitais do país. As mais comentadas foram a Marcha das Vadias (do termo Slutwalk, em inglês) e a Marcha da Liberdade.

Eu estive na segunda. Muita gente a associou à conhecida Marcha da Maconha, uma vez que muitos de seus manifestantes carregavam cartazes com dizeres favoráveis a descriminalização da droga. Além disso, diversos coros de cunho bem humorado e provocativo foram enunciados pelo mesmo propósito.

Como todo protesto que vai à rua tem a sua repercussão, não deixou de ser diferente com esse. E como, segundo um amigo meu "brasileiro é foda", sempre tem um filho da puta que não se presta nem a ouvir ou ler direito sobre o assunto pra já sair metendo o malho. Não foi diferente nesse caso, com as famosas declarações do tipo "bando de maconheiro desocupado", "é tudo puta" ou qualquer declaração de cunho pejorativo que tentasse difamar o grupo que se organizou para externar a sua insatisfação. Como consequência, esses 'críticos' pretendem dizer o seguinte: "Sua aspiração é em vão, viva numa ilha auto-suficiente como eu e não será necessário prestar um papelão desses".

Como todo movimento acaba de certa forma gerando um debate, um dos questionamentos mais frequentes frente a essa série de manifestações (leia-se Parada Gay, Marcha da Maconha, Marcha da Liberdade, Marcha das Vadias, etc.) foi a seguinte: "Por que o povo vai à rua para essas marchas, e não mobiliza-se para reivindicar melhorias na saúde e educação públicas, ou para o combate à corrupção?" Uma pergunta parecida a essa fez parte de uma matéria do jornal O Globo. O MST respondeu, mas teve sua resposta ignorada. A declaração do movimento pode ser vista no site do mesmo.

Mas lá vou eu tentar responder (com as minhas devidas limitações) a essa questão. Primeiramente, a população SIM se mobiliza em nome da educação. Os professores da rede estadual do Rio de Janeiro estão em paralisação há mais de um mês e parece que ninguém se deu conta disso. Não é incomum você andar na rua e ver camisetas e/ou adesivos com os dizeres "Operação respeito à educação: Eu apóio." (estratégia de divulgação que eu abomino, mas vá, é por uma causa bacana). Quanto à saúde, confesso que estou por fora. Quanto à corrupção, vejo que qualquer movimento que tem características de descontentamento com a realidade e que caminha para a justiça social, seja de combate a corrupção. O movimento do Corpo de Bombeiros carioca combateu veemente a corrupção do calhorda Sérgio Cabral. O mesmo fazem os docentes. Pagar menos de mil pilas pra essas ocupações e conceder bilhões de isenção fiscal pra um monte de empresa é corrupção sim!

Agora, o mais interessante, é que sobre os movimentos que falei, é conveniente à grande mídia limitá-los a um só tópico. O movimento dos bombeiros não foi só um movimento reivindicando aumento da base salarial da classe, mas sim uma luta por melhoria das condições de trabalho, dignidade e reconhecimento por parte da sociedade e do Estado. A dos professores não é outra coisa senão luta pela educação gratuita, democrática, laica e de qualidade. Quanto às tão criticadas Marchas da Liberdade e das Vadias, afirmo que a primeira foi uma junção de insatisfações: oligopolização da mídia, construção da usina de Belo Monte, homofobia, repressão policial, baixos salários, criminalização dos usuários de drogas e por ai vai. Já a segunda, não foi um aglomerado de putas mostrando os peitos não. Foi uma forma irreverente de se chamar a atenção para uma questão de violência contra a mulher, algo aparentemente retrógrado mas que assola milhares de lares.

Mas e ai, por que não bater diretamente nas teclas de saúde e educação? Bom, é uma ótima ideia. E garanto que os mobilizados acima estariam dispostos a se meter nessa. Resta saber se o setor conservador que atacou os manifestantes (como o senhor Carlos Massa, também conhecido como Ratinho, ou bosta para os entendidos) está disposto a entrar nessa, uma vez que defendeu estas prioridades, em detrimento de "assuntos de vagabundo", como maconha e piranha.

domingo, 19 de junho de 2011

Puteiro hoje não!

Sem muitas coisas pra desenvolver, ai vai uma rapidinha. Não vou citar nomes. Mas é verídico

M1: - Po, muito maneiro tu encontrar os teus brothers, geral zoando bêbado, ai vai geral pro puteiro ver as minas dançando, dai daqui a pouco tem um que pega uma e vai pro cantinho, gamou na puta. Po, o cara que diz que nunca foi num puteiro, com certeza, tá mentindo.

Eu: - Eu nunca fui não, cara.

H1: - Nem eu!

E agora, quem é o mentiroso? Vou deixar o mistério no ar. Ou não, vocês me conhecem o suficiente pra tirarem uma conclusão decente!

domingo, 15 de maio de 2011

Vamos parar pra pensar?

O Rio de Janeiro possui um deputado federal chamado Jair Bolsonaro. Pra quem acompanha o cenário político brasileiro de perto isso é mais do que óbvio, nenhuma novidade. Pra quem não acompanha, também! O bonitão ficou famoso após inúmeras declarações polêmicas que foram ao público no quadro "O Povo Quer Saber" do programa da Rede Bandeirantes "CQC".

Tais declarações do bonitão causaram um enorme debate na sociedade brasileira. Chegou-se a pedir a cassação de seu mandato. As posições político-filosóficas do deputado incomodaram a muitos. Obviamente (quase) ninguém iria declarar apoio a uma pessoa que destilou todo o seu preconceito e reacionarismo em rede nacional (a não ser quem fosse suficientemente idiota a ponto de sair mascarado na rua se declarando neonazista). Depois disso, o parlamentar do Partido Progressista (partido que possui suas raízes nos antigos PDS e ARENA) apareceu na televisão várias vezes pra tentar reverter a merda que fez. Como bom idiota, não conseguiu e só deixou mais clara ainda a sua inabilidade de debater, coisa essencial num Estado democrático de direito. No programa "Jogo do Poder" da rede CNT, Bolsonazi não só foi massacrado por seu 'colega' de profissão Chico Alencar (PSOL - RJ), como continuou a pregar o ódio e a violência a homossexuais. Fez questão de dizer que não é racista e reiterou isso o tempo inteiro. Em minha humilde opinião, o fato de ser racista ou não, não o torna menos lamentável e/ou desnecessário.
Mas todo esse reboliço causado por ele fez lembrar de certas coisas.

No final de 2010, a minha cidade, mais precisamente a região onde moro, foi notícia no mundo inteiro. Uma série de ataques de facções criminosas assustou a cidade inteira. Em seguida, a polícia fez uma série de incursões em um conjunto de favelas, em resposta ao que havia sido feito nos dias anteriores. Tais ações foram transmitidas pelos veículos de informação em tempo real, o que fez um monte de gente chamar o ocorrido de "GTA in Rio de Janeiro". Enquanto todos acompanhavam a ação policial do conforto de seus lares, e da companhia do inseparável Twitter, eu fazia exatamente a mesma coisa, porém com a visão privilegiada da janela do meu quarto do helicóptero da PM e também do Globocop. Enquanto rolava toda uma discussão acerca de segurança pública online (coisa que eu acho extremamente necessária, independentemente do meio de comunicação utilizado), vi de algumas pessoas comentários que me deixaram incomodados demais. (Veja o link: http://vouficarcomapernagrossa.blogspot.com/2010/11/violencia-paz-no-rio.html)

As declarações de Bolsonazi e a dessa gente caminha de mãos dadas. Pra mim ele é como se fosse um espelho dessa sociedade que quer resolver seus problemas da forma mais estúpida possível. Talvez ele seja um personagem caricato que faça você rever seus conceitos pra que não seja tão idiota a ponto de dizer que "pobre tem tudo que morrer", "ninguém quer ter filho viado", "gostar de alguém do mesmo sexo é doença", "o ex-presidente tem que ser fuzilado" ou qualquer coisa do tipo.

Então, por favor, povo do Rio de Janeiro, não façamos a merda de colocar um cara desses no poder novamente. Não queiramos viver em um ambiente de hostilidade, intolerância, desrespeito e burrice. Assim eu (assim como muita gente) me sinto envergonhado.

sábado, 16 de abril de 2011

A morte de Luciano Huck

Pararam as máquinas. Novas manchetes vieram a caminho. Pois nosso sonho acabara de acabar. Por quê? Porque acabara de morrer o idealizador dele. Os açougues fecharam. As papelarias também. A televisão fez luto com homenagens de uma semana inteira. Os jornais faziam retrospectiva da sua vida. Ruas mudaram de nome para homenageá-lo. A comunidade judaica ficou de luto por um ano. A católica também. A protestante idem. O mesmo fizeram a Umbanda e o Candomblé. Garotinhas e garotinhos colocavam os dizeres LUTO entre colchetes ao lado de seus nomes no orkut (sempre acompanhados de alguma foto na balada, é claro).

Depois disso o país se afundou numa crise. As escolas pioraram de vez(afinal, não saber soletrar palavras desconhecidas como 'lexicologia' é uma coisa inaceitável no século 21), o governo do estado do Rio perdeu toda a credibilidade e a polícia passou a ser corrupta e injusta. Todas as políticas sociais foram por água abaixo. A tevê passou a ficar um saco sábado a tarde. A internet nunca mais foi a mesma. O "Quer ficar com a perna grossa?" não tinha mais assunto para fazer publicações.

No plano internacional, milhões de trabalhadores ficaram desempregados nos Estados Unidos. Barack Obama ficou mais perdido que cego em tiroteio, os bancos faliram, os acionistas internacionais desnorteados. Eike Batista abriu mão de tudo o que tinha.

O povo perdeu toda a esperança de ter sua casa reformada ou de aparecer em rede nacional e receber a incrível quantidade de 10 mil reais. Criamos um novo mártir. Os valores da família brasileira se desvirtuaram. As capas Veja não falavam mais de gente que faz o bem. A especulação imobiliária destruiu ambientes naturais. Ninguém mais sabia o que fazer

Ou seja, não mudou muita coisa. E apesar de tudo, ele só era mais um global sem nada a acrescentar.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Mar de Abril

Há um ano atrás eu saí de uma aula de Antropologia (com a Gláucifer) na minha querida e longínqua Universidade Federal Fluminense e não fazia a menor idéia do que estava acontecendo. Saí em direção ao centro de Niterói e me deparei com diversos pontos de alagamento. Nada de anormal para uma cidade caótica como essa. Só me dei conta do estrago que havia ocorrido quando cheguei no terminal de ônibus da Praça XV na companhia do meu amigo e colega de curso Caio Charles e vi uma quantidade anormal de pessoas para o horário. Olhei pro 349 e via gente no ônibus com a cabeça pro lado de fora da janela. Pensei "Que porra é essa? O fim do mundo?" Fiquei meio desnorteado, sem saber o que fazer ou pra onde ir, até que consegui dormir na casa de uma tia que mora perto do centro do Rio. Meu problema não durou mais de duas horas. Mas mesmo assim foi o suficiente para eu escrever os seguintes (e limitados) versos:

"A chuva caiu
E a cidade toda alagou
E na Avenida Brasil
Todo mundo se afogou

A chuva caiu
E a cidade inteira parou
E na Central do Brasil
O trem superlotou

Todo mundo tá ilhado
Todo mundo, naufragado
E agora, seu Eduardo?

Você que prometeu nos dar a solução
E só fodeu a gente
Aumentando o tarifão

Todo mundo tá ilhado
Todo mundo, naufragado
E agora, seu Eduardo?

É o mesmo perrengue toda vez que chove
E tu com as Olimpíadas tá sempre tão esnobe
E na sua casa não entrou nenhuma gota
Eu espero que você privatize a sua esposa

A chuva caiu
e a Comlurb não passou
E a cidade inteira
num lixão se transformou

A chuva caiu
E ninguém mais acordou
E no dia seguinte
Geral não trabalhou"


Como disse, meu problema não durou mais do que poucas horas. No entanto, os verdadeiros prejudicados sofrem há um ano. Na verdade, há muito mais tempo que isso. Sofrem com a criminalização das suas lutas, com a falta de moradia adequada, assistência na saúde, e principalmente da falta de respeito por parte dos grupos que governam os seus respectivos municípios e estados. Não aconteceu da pior forma comigo, talvez isso valha pra você também. No entanto, num mundo excludente por 'projeto', não me absteria de uma possível realidade futura para a minha pessoa. E nem para a sua. Abre a porra do olho, caralho!

sexta-feira, 25 de março de 2011

21 Sonhos de um jovem sem nada a acrescentar

1- Ter um carro
2- Poder ir para a academia e ficar bombado
3- Sair na night e pegar 10 'minas'
4- Usar cordão de ouro/prata querendo pagar de '50 centavos'
5- Ser DJ
6- Fazer uma faculdade de administração
7- Comprar um ipad
8- Tomar 'banho de loja' uma vez por semana
9- Após a compra do carro (se conseguir), deixá-lo 'turbinado'
10- Trabalhar na globo (nem que seja como faxineiro)
11- Aparecer na televisão
12- Ter um casaco da Ecko
13- Ter um computador de última geração pra poder tirar onda com os amigos.
14- Meter a porrada em membros da torcida adversária na saída do jogo.
15- Fazer com que se sua namorada obedeça a todas as suas ordens, como se fosse sua cadelinha
16- Ser surfista
17- Ter o 'tênis do momento'
18- Ficar rico e esquecer de tudo que aprendeu, viveu e/ou acreditou um dia
19- Ir num show do David Guetta.
20- Ou Exaltasamba, tanto faz
21- Passar o carnaval em Salvador

Enfim, galeris, aviso desde já que essa singela listinha não tem o intuito de ofender ninguém, é apenas a expressão da minha opinião sobre o que eu acho ser incrivelmente entediante. Se você concorda, bacana, se não, paciência. Se sentiu-se ofendido, ou a carapuça serviu, sei lá, reclama no IBAMA, ou alguma entidade de defesa aos animais. No demais é isso. Beijos no s2 de geral.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"E Volta o Cão Arrependido...

... Com suas orelhas bem fartas, o seu osso ruído, e o rabo entre as patas!". Este verso deveria ser repetido sabe-se lá quantas vezes pelo nosso eterno Chaves. Ficaria triste, ele, se visse que sua bela poesia -recitada no festival da boa vizinhança- fosse usada pra escrever um texto como esse. Por quê? Esta simples pergunta tem uma série de respostas. Mas a chave de todas as respostas se encontra na mesma palavra: Mesmice. Talvez uma mesmice até maior do que este verso cantado (e coreografado) 65 vezes seguidas.



Vamos às considerações dos dois primeiros meses do ano de 2011 (e é exatamente disso que o texto se trata):



1- O nome do/a Presidente da República mudou. O governo não. A presidência da Câmara mudou de partido. Mas não saiu da base aliada. A do Senado continua a mesma. Aprovaram um aumento de 62% do salário dos parlamentares. Salário este que já tinha números exorbitantes. Enquanto isso, o reajuste do salário mínimo ficou abaixo da inflação. O partido dos TRABALHADORES foi a favor de um salário de 545 R$. E votou a favor do aumento de seus próprios salários (com exceção de alguns deputados, porém, grande minoria).



2- O preço das passagens, de ônibus, trens e Metrô aumentou (Como em todo ínicio de ano). A qualidade não. As pessoas continuam se amontoando como podem pra entrar nos coletivos. Enquanto isso, a Supervia (empresa que "administra" os trens fluminenses) faz campanha pra acabar com os "Empata-Portas". Alguém avisa pra essa porra de empresa que eles só existem porque o trem superlota todo dia? Hoje mesmo de manhã, uma menina teve que sair do vagão porque desmaiou devido ao calor. Ou seja, pagou 2,80 R$ pra sentar na mamona. É a lógica da maximização dos lucros desenfreada. Porém, se você tentar andar de ônibus não vai conseguir. Principalmente se estiver chovendo. Milhões de carros nas ruas estreitas da cidade. A valorização do transporte individual causa transtornos e sucateamento dos coletivos. Sinal de que o mercado automobilístico vale mais do que a sua pessoa.



3- Estudantes continuam a ser reprimidos e tratados como bandidos em qualquer tipo de manifestação. Seja em favor do passe livre, ou para melhoria das condições de estudo. Semana passada um aluno do Colégio Pedro II de São Cristóvão foi preso quando um grupo de alunos protestava contra as condições das "Saunas de Aula" do colégio. Lutam por seus direitos e são chamados de violentos (mesmo quando são freados por balas de borracha e spray de pimenta pela polícia) e vagabundos.



4- O mesmo vale para os movimentos sociais. Sem espaço na grande mídia, que mostra o que pode usar para criminalizá-los, e omite seus trabalhos perante a sociedade. Vale lembrar que que a CPMI do MST foi fechada por falta de provas contra o movimento. Nada foi falado na televisão a respeito. Porém, o ataque aos famosos laranjais volta e meia são lembrados.



5- O único partido de esquerda com representantes na Câmara e no Senado se apresenta como a verdadeira oposição e mostra aos poucos quem está ao lado da classe trabalhadora. Lembremos que o Partido Socialismo e Liberdade foi o único partido a votar integralmente contra o aumento dos Deputados Federais e propôs um salário mínimo de 700 R$ na última votação. No Rio de Janeiro, Marcelo Freixo mantém seu gabinete na assembléia legislativa aberto aos movimentos sociais e mantém uma luta forte contra o poder paralelo, tentando investigar profundamente as articulações do crime organizado no estado (principalmente as milícias), ao contrário do que o atual governo do PMDB tenta fazer, um projeto artificial de segurança pública, associado à uma propaganda (aceita e veículada também pela grande mídia) que tenta vender que o crime está sendo combatido como deve ser. Balela.



Alguma novidade até ai? Para mim,não. O Clima, como não queriam os nossos amigos da vila, não é de boa vizinhança.



Bom, a novidade boa fica por conta do Oriente, onde rola uma onda de manifestações populares contra ditadores de longa data. O Egito foi o país que teve a maior repercussão, o que levou o Presidente Mubarak a sair do poder. Agora parece que o foco é na Líbia. Mas falo sobre isso numa outra oportunidade. Mas se quiserem entender o que realmente anda acontecendo, seria de bom agrado que não ligassem em jornais da grande mídia Brasileira. Sempre deixam de lado as lutas e as relações de poder, pra focar na violência pura e simplesmente. Ou então, resolvem falar como estão os brasileiros na região. Nessas horas a internet é uma peça valiosa.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O medo da internet

Há tempos venho tentando escrever sobre isso. Tenho acompanhado uma parcela de blogueiros progressistas (apesar de não entender muito bem essa denominação) e venho percebendo a importância desse veículo para a análise e interpretação de muitas coisas que ocorrem no mundo. Além disso, gostei do que vi. Análises independentes, bem escritas, com posicionamento político bem definido, indo contra uma corrente de jornalismo reacionário que enfesta a televisão nacional há décadas.


De cara, notei com abordagens bem diferentes do usual. Aliás, algumas chegam a ser completamente antagônicas, se compararmos com os 'jornalões' da tv aberta. Enquanto a grande mídia ataca políticas e movimentos sociais num caráter extremamente elitista (disfarçados de jornalismo independente e imparcial), esse grupo crescente de blogueiros tenta mostrar o outro lado da moeda, ou seja, o que os "poderorosos" da informação fazem questão de não mostrar. Um caso desses, que fiquei sabendo através de um desses blogs, foi o do resultado de um aluno de uma escola do MST, que alcançou a melhor nota de um município em Santa Catarina. A imprensa de massa nada falou. E como sempre, tratam a questão agrária como caso de polícia, focando única e exclusivamente nas ocupações organizadas pelo movimento, como se fossem um bando de delinquentes e desocupados, deixando completamente de lado a luta pela reforma agrária.

Outro exemplo foi uma capa recente da revista Veja (provavelmente inspirada em outra revista de qualidade também deplorável, a Caras) abordando o "bom-mocismo" do casal de apresentadores Luciano Huck e Angélica. Eu tive o desprazer de ler essa matéria. Ela é quase uma comédia romântica "jornalística", com tudo que há de pior, exaltando um "estilo de vida" num pano de fundo com um conto pobre de amor. Não sabe (ou não quis dizer, provavelmente) a Veja, que o "bom-moço" é atualmente processado pela prefeitura do município de Angra dos Reis por crime ambiental, resultante de uma ocupação irregular de propriedade sua.

Agora eu pergunto: Se eu não tivesse um mínimo de senso crítico, uma boa formação, e uma informação limitada, o que pensaria? Provavelmente, me espelharia no apresentador que é cabeça de um dos programas mais pobres (em termos de conteúdo) da maior rede televisiva do país, e veria o maior movimento social do Brasil como um grupo terrorista. Esses foram só dois meros exemplos, contudo esse tipo de manipulação acontece aos montes praticamente todos os dias. Por isso destaco a importância dessa nova ferramenta informativa, que tem como objetivos garantir uma maior democratização do acesso à informação e lutar por uma regulação da mídia (que as grandes empresas cismam em chamar de 'censura' ou 'atentado à liberdade de imprensa').

O grande problema é que a mídia privada não é imparcial, ao contrário do que se pensa no senso comum. Ela está ali para atender os seus próprios interesses e dos grupos políticos que a representa (Na maioria dos casos, isso significa DEM e PSDB). Não vai noticiar algo que denigra a imagem dos seus representantes, nem fará análises contrárias aos seus interesses. Tudo isso por causa de dinheiro e poder. Entope a cabeça das pessoas com qualquer lixo de entretenimento fútil, mas não dá uma informação para que possam tirar suas próprias conclusões, tem que ser tudo mastigadinho, é aquilo ali e pronto, você não precisa pensar!

A internet aparece então como uma alternativa para quem tenta se livrar dessa mesmice, e como uma ameaça para quem faz parte de um oligopólio há muitos anos. Apesar de terem sites extremamente acessados, Globo e Record (emissoras que rivalizam, mas na realidade, tem interesses em comum), por exemplo, não possuem, na internet, o domínio que possuem na televisão. Por isso, ouve-se de seus representantes reacionários que deve haver um controle na internet, uma espécie de filtro de informação, como propõe o tucano Eduardo Azeredo, o AI5 Digital (para mais informações, acessar google.com). Os grandes poderosos morrem de medo de uma onda de sites que contenham materiais que sejam contra seus interesses (e o WikiLeaks veio para mostrar isso), e querem cortar o 'mal' pela raíz.

O problema é que a internet nasceu livre. Tentar tirar a liberdade de quem já é livre é muito mais complicado do que manter um oligopólio de um meio de comunicação que sempre se submeteu a grupos pequenos. Vide o que aconteceu após a prisão de Julian Assange.

Agora, se a internet vai superar a televisão como principal meio de comunicação de massa, e se isso vai ser feito num processo democrático como querem os blogueiros e (creio eu) 99% dos internautas, só o futuro nos dirá! Eu creio que é possível, e torço por isso!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Homenagem

É verão. Rio de Janeiro. Nessa época do ano, a cidade se transforma num verdadeiro inferno. Ou você acha, que algum lugar do mundo consegue ser maravilhoso quando o termômetro marca 45° C? Resultado disso: Homens usando camiseta regata como se não houvesse amanhã! Por isso faço a devida homenagem ao programa Badalhoca, de Ronald Rios e Erik Gustavo, que nos presenteou com a belíssima poesia em sua vigésima sexta edição. Ai vai:

"Eis um cenário de envergonhar
Homens usando camiseta regata
Aquele sovaco tão peludo
Que faz lembrar a vagina de uma vaca
Se apenas um sonho eu pudesse realizar
Não seria a paz mundial ou o fim da fome
Muito menos a Debora Secco traçar
Só faria com que a camiseta regata não vestisse mais nenhum homem
Porque é ridículo e eu torço para que acabe
Aquele sovaco de fora fedendo mais do que peixe cru
Então se você não estiver pilotando um iate
Enfia a camiseta regata no cu"
E você ainda me acha estranho pelo fato de eu odiar tanto o verão? Você não sente nojo por amar uma estação onde as pessoas fiquem pegajosas só de botar o pé pra fora de casa, fedem mais do que bacalhau e fazem músicas escrotas que se reúnem num evento chamado Carnaval? Acho que já me entenderam, certo? Enquanto o meu plano de ar condicionado central pra terra não se realizar, o verão continuarei a odiar!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mas que porra é essa? - Parte 2



No mês de Agosto eu redigi um texto acerca da belíssima propaganda da rede de chat chamada Superpapo. A Identificação dos leitores com as minhas opiniões sobre o comercial foi tamanha, que pela primeira (e provavelmente única) vez este site chegou a duas dezenas de comentários em uma única postagem. Confesso que fiquei estarrecido com a popularidade que ela tomou. Resultado disso foi uma conversa que tive com a minha amiga emo, Beatriz Paz, do blog 'Soletra pra mim?' (ver lista ao lado) sobre o quão ridícula é esta bagaça. Sinceramente, não sei porque estávamos falando disso. Mas quando fui ver, o estrago em minha mente já estava feito, e tive que compartilhar com vocês.

Trata-se de um vídeo que recebi no decorrer dessa conversa. Nele, o ator e diretor teatral Luis Sandei fala sobre o trabalho realizado para a empresa de Bate Papo via celular. Eu não sei se ele foi obrigado a falar o que falou devido à cláusulas contratuais (ou algo do tipo) ou se este vídeo foi publicado na web por pura vontade do profissional. Mas isso não importa. Vamos à análise desta pérola que deve ter me deixado com mais vergonha alheia do que o próprio anúncio: Inicialmente, ele se aprensenta, fala o que faz, de onde é e essas coisas que dispensam interpretações. Na sequência, disapara uma afirmação bombástica: "Essa oportunidade que o Superpapo tá dando pra gente é muito legal, muito legal mesmo". Porra! Mas o cara só pode estar de sacanagem. Ou ganhou muito para falar isso. Ou por acaso é muito legal virar motivo de chacota em rede nacional e ser zoado por um blog quase anônimo?

Como se não bastasse, ele solta mais uma momentos depois: "... fui convidado e fiquei muito, muito feliz. E com certeza vou estar ligando e vou participar de outros filmes também do Superpapo." Não, não é possível que depois de já ter participado da maior queimação de filme da história da propaganda, o ator (que por sinal, não parece ser ruim) esteja disposto a continuar indo ladeira abaixo.

E o combo continua: "Toda equipe que fez esse filme, que trabalhou com a gente todos são profissionais, e isso me deixou muito feliz...". Opa, pera aí! Como uma equipe de profissionais consegue fazer uma coisa dessas? Isso é motivo de felicidade? Se fossem amadores, seria até compreensível a pobreza do comercial, mas o simples fato de saber que ele foi feito por profissas é como uma punhalada no peito.

Pra finalizar com chave de ouro, ele profere os seguintes dizeres: "...foi uma emoção muito grande. E me chamem mais, eu quero participar de outros também."

Preciso dizer algo mais? Sim! Atentem para o gerundismo. Só isso.

Mas e ai, vamos abrir uma votação pra ver o que causa mais vergonha alheia? A propaganda, ou esta pseudo entrevista?